segunda-feira, março 05, 2007

Trabalhar por conta própria

Há quem diga que os portugueses (ou a maioria deles) só quer ter um emprego certinho, com ordenado ao fim do mês, goste ou não do que faça, faça bem ou faça mal...

Mas quem se aventura a criar o seu próprio emprego, a sua própria empresa, pode ver a sua vida complicada e com muitas barreiras pela frente.

Hoje fui pagar a Segurança Social. Pago o mínimo, que não me dá direito a mais nada a não ser uma reforma e baixa, claro! Se quiser ter mais algum filho, terei de continuar a trabalhar nos primeiros 4 meses, nem que seja para pagar a segurança social, que aumentará aproximadamente 4 euros já no próximo mês, passando a 151 euros e alguns cêntimos... Admirem-se pois que muitos continuem a sonhar com um emprego no Estado, de preferência atrás de uma secretária, para toda a vida... uma vida vazia de sentido mas, pelo menos, de barriga cheia.

Não, ainda não me arrependi de aqui estar. Mas revolta-me as dificuldades que já enfrentei para conseguir pôr este trabalho a andar, toda a desinformação que já ouvi e pagar uma boa parte daquilo que ganho à Segurança Social para ter uma reforma baixíssima daqui a mais de 30 anos... E pagar um seguro de saúde, para ter direito a ela, em boas condições... E... e...

Amanhã estarei mais optimista, espero...

5 comentários:

Anónimo disse...

espero não ter contribuido para tal pessimismo mas... o meu optimismo anda um pouco perdido... bjs
P.S. nem preciso dizer quem sou , não é?

marta ré disse...

Olá Luisa,
Este post faz todo o sentido num contexto real do país em que nos encontramos. Sei bem do que fala!

Contudo,o optimismo tem de prevalecer,caso contrário,nem o que fazemos é valorizado. Força!

Gosto muito do trabalho que aqui expõe e gostaria de lhe dar os parabéns!

Voltarei.
marta

lagarto disse...

Mais uma vez estou completamente de acordo contigo: trabalhar por conta própria e aturar as "canalhices" do Estado torna-se de dia para dia insuportável.

Tentar ser diferente, criativo e apoiar a família q vai crescendo é incrivelmente desmotivante em termos institucionais. Temos uma sociedade q se vai tornando numa aberração: para ter as suas benesses é-se infeliz ou sacrifica-se a família, para apoiar os mais pequenos ou os mais idosos, tentando trabalhar pelo meio, não é sequer valorizado!

O nº de portugueses, em termos de taxa de natalidade, está mesmo a diminuir! E... nada é feito em contrário. O nº de gente capaz está a aumentar (infelizmente no rol dos desempregados).

Se falarmos em saúde, "está o caldo entornado", ou seja, devemos mesmo evitar estar doentes ou então, ser muito endinheirados...

Olha, eu ainda vou arranjando coragem para trabalhar e, não me arrependo! Mas, de quando em vez não deixo de refilar e ter pena dos menos esclarecidos...

Maria Lua disse...

Luísa,

Parece que nada é mais fácil na situação actual em que Portugal se encontra. E nós, por inerência, sentimos em todos os aspectos da vida essas barreiras/omissões/problemas que contribuem para um mal estar geral.
Eu desisti do meu trabalho anterior para enveredar novamente pelo meu curso - Psicologia - na esperança que esse novo recomeçar tivesse algum sucesso. Queria (e quero!) trabalhar na área de Cuidados Paliativos e tentei tudo até agora. E nada, absolutamente nada.. No entanto, continuo a ver pessoas a morrerem sozinhas em hospitais, em casa, em lares, sem nehum tipo de acompanhamento. Continuo a ver famílias desesperadas e em sofrimento sem nenhum tipo de apoio. E tento compreender onde é nós erramos... Para esses dias menos bons (que ultimamente são muitos), tento iluminar a alma com pequenas mas belas coisas: um poema, uma música, uma imagem bonita, um sorriso de alguém, o beijo de quem nos ama, o abraço apertado de um amigo, fazer um bolo, fazer recortes e colagens, escrever uma carta, tratar das minhas plantas, vistar os blogs que gosto, dar um passeio... E assim preencher um pouco o coração com bons sentimentos e conseguir arranjar coragem/esperança para as novas batalhas que se aproximam.
Mas desistir nunca!
A vida é assim mesmo: lutar, perder, lutar, perder, lutar, perder, lutar e quem sabe ganhar!
Um abraço de Coragem para ti.

Anónimo disse...

Compreendo perfeitamente o teu desânimo.

O que se desconta para a segurança social é um absurdo...quase que ando a trabalhar só p pagar descontos...mas n desisto e sinto que acreditar é conseguir!

Boa sorte no teu projecto.
Beijinhos