As nossas escolas

O Zé e a Anna, a minha sobrinha mais velha, começaram a escola no dia 17 de Setembro. Entraram na Escola EB1 da Várzea de Sintra e, tal como noutras escolas, os problemas são vários.

A escola tem duas auxiliares para 180 crianças. O ano passado uma auxiliar passou à reforma e não se achou necessário proceder à sua substituição. Resolve-se o problema com uma ou duas tarefeiras, que vão à escola 4 horas por dia, ficando também encarregues da limpeza...
Este ano a escola ganhou mais uma turma, porque fecharam a escola de Janas e todos os seus meninos foram transferidos para a Várzea. Esqueceram-se foi que seria necessário um professor para essa turma, que ainda não chegou, uma semana e um dia após o começo das aulas... Os alunos que puderem, ficam em casa; os outros são distribuídos pelas salas. A solução mais fácil, claro! E mais barata, aliás...

Para mim isto não é melhorar o funcionamento das escolas. Até posso concordar que se encerrem algumas escolas com meia-dúzia de alunos, de modo a poder oferecer-lhes algo mais. Mas não apenas para reduzir despesas, que é o que acontece aqui.

Utilizem a verba que poupam, para assegurar o transporte das crianças à escola, para a criação de turmas mais pequenas (a turma do Zé tem 22 alunos!) e para colocar mais auxiliares de apoio à escola, às crianças e aos professores. Para que todos tenhamos a certeza de que a escola é o melhor sítio para a formação das nossas crianças, a nível intelectual, social e afectivo.

Por enquanto, estando as coisas neste pé, inibam-se de propagandear que estão a investir na educação. É ridículo, e só quem não tem ou não conhece míudos a frequentar a escola oficial, é que pode acreditar...