sexta-feira, dezembro 02, 2005

Um início de dia horrível...

Hoje de manhã fui pôr os meus filhos à escola, como acontece todos os dias da semana. A escola deles (ou melhor, o jardim de infância) pertende à Igreja de Colares, numa terrinha pacata e de estradas estreitas, sem espaço para passeios. Estacionei e lá fomos os 3 de mãos dadas para a escola. Descemos os 6 degraus do largo e, ao chegarmos à estrada, o Vasco, de dois anos, ficou encantado com a água que corria na sarjeta e lá parámos uns segundos, enquanto eu me preparava para lhe pegar ao colo, única maneira de o convencer a prosseguir... Num ápice, aparece-nos um carro a uma velocidade louca, a subir a estrada, que travou mesmo em cima de nós, derrapando e chiando de forma ensurdecedora... Peguei no Vasco ao colo e puxei o Zé, de 4 anos, para mim e ouvi, incrédula, a condutora chamar-me nomes... A tremer, pois tinha acabado de ver a vida dos meus filhos a passar em frente dos meus olhos, gritei "estúpida", e nada mais consegui dizer de construtivo... Ela continuou, na mesma velocidade, a derrapar nas curvas, a 10 metros de um jardim de infância.

Quando cheguei à escola, estava uma pilha de nervos. As lágrimas vieram-me aos olhos, como em todas as situações em que fico em pânico. Já não é a primeira, nem segunda vez, que vejo a vida dos meus filhos por um fio. Nós não podemos ter medo de viver e de deixar viver os que mais amamos, mas é assustador sentirmos que num minuto tudo pode acontecer e tudo pode acabar. É horrível!

Quando vinha da escola, na estrada de Galamares, apercebo-me de que a senhora apressada vinha agora atrás de mim, à mesma velocidade que eu, uns 50 Km/h. Por momentos, fiquei incrédula. A atitude dela só se poderia dever a uma situação limite... mas então, agora, 15 minutos depois, estava atrás de mim?!... Passámos então por um carro capotado em cima da linha do eléctrico e ela não parou, mas acenou aos bombeiros... Talvez ela conhecesse as pessoas que tiveram o acidente e daí aquela atitude tresloucada pouco tempo antes... Mas, não a desculpo, pois a consequência de ela ter perdido a cabeça podia ter sido eu ter perdido os meus filhos.

E se perde a cabeça assim, seja em que situação fôr, talvez fosse melhor não conduzir!

1 comentário:

Anónimo disse...

Caramba Luísa, que forma de começar o dia... não se percebe, uma estrada lenta, numa terra pequena, próxima de um jardim de infância... que idiotice.
Percebo perfeitamente o fascínio do Vasco por poças e outras águas de rua, faz-me lembrar das alegrias de galochar numa pocita, sem molhar os pés.